Olá, Océaners!!
Aqui é a Gui Takahashi, escrevendo com o coração a mil por hora porque esse é meu primeiro texto nesse espaço. Além de ser também uma Océaner, sou jornalista de beleza e criadora de conteúdo. E, na minha estreia, pensei em compartilhar com vocês a minha jornada de beleza e autoestima.
Acho que para o que vou contar fazer sentido, preciso te falar do meu contexto. Eu sou uma pessoa trans, travesti. Nasci no final da década de 80 sem muitas referências positivas na mídia brasileira de pessoas como eu, LGBTQIAP+ e amarelas. Isso me fez ter muitas dúvidas sobre a minha beleza e, assim, muitas inseguranças.
Sempre brinco dizendo que minha autoestima foi forjada com bastante terapia e muitos mergulhos em mim mesma, me autoconhecendo e construindo cada pedacinho dela. E o universo da beleza, nesse aspecto, foi fundamental pra mim.
A beleza como forma de expressão
É que acredito em uma beleza que não seja impositiva e opressora. Gosto de pensar nela para nos libertar, como um instrumento para a gente se expressar, se conhecer e se sentir melhor com a gente mesma.
Ainda lembro do frio na barriga de felicidade que senti quando provei uma máscara de cílios pela primeira vez, aos 17 anos, depois de sair da casa dos meus pais para fazer cursinho.
A make me ensinou a aceitar, a lidar melhor e destacar meus traços japoneses de olhos menores e cílios retos, por exemplo. Poucos maquiadores profissionais sabiam enaltecer os rostos leste-asiáticos, então aprendi sozinha vários truques para ficar mais independente e autônoma.
Skincare + haircare = autocuidado
O skincare me mostrou que posso amar minha pele e cuidar dela mesmo com seus poros dilatados e oleosidade.
Os tratamentos de cabelo me fizeram perceber que não preciso fazer escova para os fios ficarem mais definidos, basta eu hidratar bem e usar finalizadores.
Em outras palavras, tudo isso me deu possibilidades de me explorar, de me conhecer, de construir minha autoestima, ser mais generosa comigo mesma.
E é isso que gostaria que a gente pensasse quando falamos em beleza, ao invés de reforçarmos a coisa chata do padrão, da obrigação, de achar que para estar apresentável é preciso quilos de make.
A jornada da autoestima
Mas não pense que hoje tudo é mil maravilhas por aqui. A autoestima é um exercício de lembrança constante, né?
Já teve momentos em que eu passei a só me achar gata com maquiagens específicas. E aí, o que era para ser bacana e me dar liberdade, começou a se tornar uma mini dependência.
Aí, dei 2 passos para trás para voltar a exercitar a beleza que me ajuda na autoestima ao invés de me oprimir. Deixei de me maquiar aos finais de semana, então. Acho importante a gente ir se sentindo, se observando e se amando na frente do espelho.
E você, como está sua autoestima?
Você tem usado o mundo da beleza para se conhecer, expressar e libertar ou o contrário?
Mesmo que a resposta atual não seja a que você gostaria, não se preocupe. Esse pode ser o início da sua jornada e você pode ir além da autoestima, pode chegar no autoamor.
Beijo,
Gui