Depois de tanto correr atrás da perfeição, entendemos que ela, como aparecia nas capas de revistas e nos anúncios, não existe. A solução pode ser nos libertarmos e nos aceitarmos.
Há anos, quando comecei a trabalhar com beleza, eu sentia que havia uma pressão estética do mercado muito maior, mais clara e incisiva.
Os claims de produtos prometiam milagres enquanto quase demonizavam aspectos naturais da pele, como seus poros, brilho, sardas, marcas de acne, manchinhas, rugas e daí por diante.
Assim, vejo que nos últimos 10 anos, fomos evoluindo para entender melhor que a pele perfeita, como vemos com Photoshop e filtros, é irreal e mais: a pressão estética pode afetar a saúde mental.
O próprio mercado de cosméticos tem evoluído nessas discussões mas, por vezes, segue com suas resistências e restrições. Portanto, continua sendo importante a gente se lembrar de algumas coisinhas que coloquei abaixo, para seguirmos em frente.
Poros todo mundo tem e está tudo bem!
Sim, já comprei muitos produtos específicos para reduzir os poros. Como dona de uma pele oleosa, os meus sempre foram mais visíveis.
Isso me incomodava bastante até o dia que percebi que o rosto liso não pode existir. Precisamos que a pele respire através dos poros e é irreal toda imagem que a gente vê de modelos sem textura no rosto.
Hoje, percebo que o tamanho dos meus poros é algo genético, saudável e não adianta eu me incomodar tanto com furos tão pequenos.
Acho que vale a preocupação caso os poros dilatados sejam um sintoma de uma pele desequilibrada, com uma oleosidade excessiva e que esteja afetando a saúde por alguma questão dermatológica.
Nesse caso, a visita ao dermatologista é ideal.
Rugas e linhas de expressão são da vida
Eu já ouvi muita gente com expectativas bastante irreais sobre isso. Digo “irreais” porque o nosso rosto se movimenta, fala, mastiga, dá risada, chora, se espanta…
É claro que uma pessoa com uma existência bem vivida vai ter passado por todos esses movimentos e emoções… e a pele, como um tecido, naturalmente vai tomando suas formas. Para não ter linhas e rugas, o rosto precisaria ficar inerte, congelado – esses sinais fazem parte do processo natural do envelhecimento.
Mas a gente, como sociedade, não sabe lidar com a mortalidade que o envelhecer apresenta, vamos negando tudo em volta dele.
Uma vez escutei uma frase que fez sentido e me ajudou a me libertar um pouco desse medo de ficar “velha”, e ela dizia que a única forma de não envelhecermos é morrendo antes. Parece mórbido, eu sei, mas é libertador e parece que as rugas e linhas se tornam um preço baixo a se pagar quando se tem a vida. Longe de mim ser coach, mas achei legal a reflexão!
No entanto, por mais que as rugas e linhas sejam naturais do envelhecer, elas podem ser agravadas ou sinais de ressecamento da pele. E assim, é interessante apostar em hidratantes que consigam recuperar o equilíbrio e o turgor do rosto ou até do corpo.
Acne, marcas e auto aceitação
Segundo um estudo publicado no jornal científico Journal of the American Academy of Dermatology¹, em 2008, 51% das mulheres entre 20 e 29 anos sofrem de acne adulta, 35% estão entre 30 e 39 anos, 26% entre 40 a 49 anos e 15% têm acne acima dos 50 anos. Ela é mais comum entre mulheres adultas, mas também acontece nos homens. Esses dados mostram como somos afetados, sem falar na adolescência!
Portanto, é natural que muitas de nós tenhamos marquinhas, cicatrizes ou ainda convivamos com as espinhas. Ter acne não é sinônimo de relaxo, descuido. Ela pode ter várias causas que vão desde hormonais até genéticos na produção de sebo, por exemplo, e um dermatologista vai saber identificar e acompanhar o eventual tratamento.
Aqui, para quem também busca inspiração na jornada de auto aceitação, vale mencionar a Kéren Paiva (@kerenpaiva) que fala sempre da pele livre, como sendo aquela real, sem filtros, retoques.
É claro que existem muitos outros pontos que poderíamos listar além desses 3 que mencionei para nos libertarmos. Mas, considerem esses como exemplos para você se aceitar com aquele incômodo de beleza!
Até a próxima!
Referência:
1 Christin N.Collier et al. The prevalence of acne in adults aged 20 and over. J Am Acad Dermatol, Volume 58, Issue 1 – 2008