A cicatriz de acne é uma condição da pele oriunda de uma inflamação nas acnes, que levam ao aparecimento de buracos, saliências ou vermelhidões, podendo estar presente em diferentes graus, assim como em diferentes tipos. Elas não são uma condição definitiva da pele e podem ser amenizadas ao receberem um tratamento adequado!
Não é apenas espremer as espinhas que levam ao aparecimento desses sinais, a falta de cuidado e tratamento da acne, seja ela adulta ou oriunda da puberdade, pode gerar futuras cicatrizes.
Continue lendo e entenda mais sobre como surgem as cicatrizes de acne, quais são os tratamentos possíveis e como evitá-las em um conteúdo completo baseado em estudos dermatológicos sobre o tema.
Boa leitura!
Como surgem e quais são as causas da cicatriz de acne?
A cicatriz de acne é uma condição da pele muito comum, especialmente após épocas de adolescência, quando o aparecimento de diferentes tipos de acne na pele é maior e as inflamações delas são comuns devido ao manuseio errado dessas erupções.
É comum que ao surgir aquela espinha incômoda na pele, especialmente no rosto, você tente extrair ela espremendo, não é mesmo? As espinhas fazem parte de um processo inflamatório natural da pele, no qual ela tenta expulsar inflamações, sujeiras e outras matérias, no ato de espremer você acaba por aprofundar essas inflamações para dentro da pele, causando feridas.
As feridas fazem com que essa recuperação natural leve mais tempo, interrompendo a produção de colágeno na região e gerando cicatrizes.
Devo deixar as espinhas no rosto?
Se espremer as espinhas não é bom, deixá-las sem cuidado é pior! O alto volume de espinhas aliado ao não tratamento das mesmas também é um fator causador de cicatrizes, já que o volume delas podem acabar marcando a pele.
Existem diferentes tipos de cuidados que auxiliam no tratamento das espinhas, como a limpeza com produtos que contenham em sua formulação o ácido salicílico, ácido cítrico, ácido glicólico ou ácido tranexâmico, esfoliação com cosméticos indicados para peles acneicas ou fazendo o uso de aparelhos de limpeza facial.
Deixar as espinhas no rosto, sem tomar os cuidados adequados, nunca deve ser uma opção.
Quais são os tipos de cicatriz de acne?
Existem diferentes tipos de cicatrizes e elas variam conforme o tipo de acne que afetou a pele. Os 3 tipos mais comuns são:
Cicatriz atrófica
Este tipo de cicatriz é identificada pelo afundamento da pele devido à perda de tecido. A cicatriz atrófica se divide em tipo distensível e não distensível, sendo a primeira mais superficial, desaparecendo quando a pele é esticada. Já a não distensível é marcada por uma falha maior de fibras na pele, não desaparecendo durante o manuseio da pele.
Cicatriz hipertrófica
Esta cicatriz é maior do que a atrófica e possui tons avermelhados nos locais onde está presente. A dermatologista Antonella Tosti¹, nos explica que este tipo de cicatriz é marcada por uma tentativa de pele reparar os tecidos, apresentando queloides e elevações na pele, sendo muito similares a comedões.
Gostando desse conteúdo? Leia também: Manchas de acne: como clarear?
Cicatriz distrófica
Esta cicatriz é irregular, como explica a Dra. Antonella, ela pode apresentar nódulos fibrosos com retenção de tecido sebáceo, variando entre o aparecimento de buracos e relevos em uma mesma parte da pele.
Qual é o melhor tratamento para cicatriz de acne?
Existem inúmeros tipos de tratamentos para as cicatrizes, desde injeção de ácidos subcutâneos como o uso de séruns de tratamento, mas cada modalidade de tratamento deve ser indicada por um médico dermatologista para que o seu tipo de cicatriz seja identificado e receba os cuidados adequados, explica a biomédica Natacha Allgayer².
Alguns dos tratamentos mais comuns são:
Peelings
Apesar de parecer um tipo de tratamento superficial, o peeling penetra na epiderme e pode auxiliar na melhoria da textura da pele. Antes de fazer qualquer procedimento de peeling físico ou químico é ideal que você saiba qual é o seu tipo de cicatriz e a profundidade delas, para poder investir na modalidade que traga resultados visíveis.
Dermoabrasão
A dermoabrasão consiste em remover mecanicamente a derme superficial, utilizando como auxílio ferramentas que auxiliam na remoção sem causar ferimentos ou dores. As técnicas de dermoabrasão podem ser feitas com o uso de lixas da água, aparelhos elétricos, lixas diamantadas ou escovas de aço.
Esse tipo de tratamento nunca é recomendado para pessoas com acne ativa, como explica a Dra. Natacha, já que pode causar feridas e inflamações nas espinhas.
Microagulhamento com colágeno
O microagulhamento para cicatriz de acne, além de estimular a produção natural de colágeno, pode ser feito com a introdução desta substância na pele. Por ser um procedimento menos abrasivo do que o peeling e a dermoabrasão, ele pode ser feito em todos os tipos de pele e possui um período de recuperação de 2 a 3 dias.
Laser
O laser é muito procurado por quem deseja remover qualquer tipo de cicatriz, e para as cicatrizes de acne não é diferente. Muito eficiente, o laser estimula a remodelação do colágeno e da elastina na pele, melhorando a sua textura e rejuvenescendo a pele.
Atualmente existem modernas tecnologias de laser que atingem somente as partes defeituosas da pele, causando resultados mais visíveis e eficientes.
Preenchedores
O uso de colágenos injetáveis, ácidos hialurônicos e outros tipos de preenchedores tem se tornado cada vez mais populares na estética devido aos seus resultados visíveis em um curto tempo e por seu custo baixo em relação a outras técnicas.
Infelizmente, muitos preenchedores possuem um tempo de ação na pele, tendo que reaplicar entre 3 e 6 meses, contribuindo para um alto custo ao longo do tempo.
Uso de cosméticos
Adequar uma rotina de cuidados com o uso de cosméticos para o rosto também contribui para um melhoramento das marcas de acne. Mesmo fazendo outros tipos de tratamentos, os cosméticos são indispensáveis e devem ser incluídos em todas as etapas de cuidados diurnos e noturnos.
Como prevenir a cicatriz de acne?
Para evitar futuras marcas, invista em tratamentos de prevenção de acne, evitando que elas surjam e acabem gerando maiores incômodos. No entanto, se você já lida com algumas cicatrizes, temos algumas dicas para começar a preveni-las:
1. Reduza a inflamação de espinhas
Quanto menor a inflamação de espinhas, menor a chance de as cicatrizes surgirem. Para isso você pode utilizar produtos secativos de espinhas para reduzir a inflamação, bem como esfoliantes e ácidos para pele acneica.
Visite também nosso conteúdo onde ensinamos como secar espinhas e saiba tratar das suas com cuidado e os produtos certos.
2. Não manipule as espinhas
Ficar mexendo, arranhando ou espremendo as espinhas pode acabar as machucando e transferindo bactérias para a inflamação, dificultando a cicatrização e, posteriormente, gerando as cicatrizes.
Evite ao máximo tocar nas espinhas, especialmente se elas estiverem inflamadas.
3. Não remova as casquinhas
Como em qualquer machucado, o processo de cicatrização das espinhas gera as casquinhas, e por mais incômodas que elas possam ser, especialmente no rosto, jamais devem ser removidas. Pois, ao retirar as casquinhas, você interrompe o processo de cicatrização natural e acaba por marcar a pele com cicatrizes.
4. Use protetor solar diariamente
Tomar sol no rosto com acne inflamada sem o uso de protetor solar pode escurecer a parte da pele que está inflamada, marcando ela com cicatrizes e queimaduras leves.
Sempre inclua em seu kit para skincare um protetor solar para uso diário com formulação para o seu tipo de pele.
Cuidar da pele com cicatrizes envolve uma série de cuidados diários, além de tratamentos complementares para que a redução das marcas sejam visíveis.
Agora que você já sabe como tratar e prevenir as cicatrizes de acne, que tal continuar lendo mais um conteúdo sobre skincare? Confira nosso post sobre a importância e benefícios de tonificar a pele.
Nos encontramos por lá!
Referências bibliográficas:
¹ TOSTI, Antonella et al. Cicatrizes de acne: classificação e tratamento. Thieme Revinter, 2020.
² ALLGAYER, Natacha. Cicatrizes de acne vulgaris-revisão de tratamentos. Journal of the Portuguese Society of Dermatology and Venereology, v. 72, n. 4, p. 505-510, 2014.
