Sabe aquele momento em que você percebe aquelas manchas escuras aparecendo no seu rosto ou no corpo e se pergunta: “De onde veio isso?” Se você está lidando com o melasma, saiba que não está sozinha. Essa condição dermatológica é super comum entre as mulheres e, apesar de ser inofensiva, pode mexer bastante com nossa autoestima.
Agora, por mais frustrante que seja, o melasma não aparece sem motivo, e compreender as causas e os fatores que influenciam seu surgimento é fundamental para lidar com ele. Fatores como a exposição solar, alterações hormonais, uso de medicamentos e predisposição genética podem ser os grandes vilões por trás das manchas.
Neste guia, vamos explicar de forma simples e descomplicada tudo o que você precisa saber sobre o melasma: o que ele é, suas causas, os tipos mais comuns, os melhores cuidados e como evitar que ele se espalhe ou piore. Então, se você está em busca de soluções para tratar e controlar o melasma, continue lendo e descubra tudo o que pode ser feito para ter a pele dos seus sonhos!
O que é o melasma?
O melasma é uma condição dermatológica caracterizada pela formação de manchas escuras na pele, que geralmente aparecem em áreas expostas ao sol, como bochechas, testa, buço e mandíbula. Essas manchas podem ter diferentes tonalidades, que variam do marrom claro ao cinza escuro, e surgem devido ao aumento da produção de melanina — o pigmento responsável pela cor da pele.
Embora seja mais comum em mulheres, homens também podem apresentar melasma, especialmente em pessoas com pele mais escura. A boa notícia é que o melasma, por ser uma condição benigna, não é perigoso à saúde. Porém, ele pode afetar a autoestima de quem o tem, já que as manchas tendem a aparecer de forma irregular e podem ser difíceis de camuflar.
O tratamento correto e o cuidado diário são essenciais para controlar e até minimizar a aparência dessas manchas. Agora, vamos entender melhor as causas, os tipos de melasma e como evitar que ele se espalhe.
Quais são os tipos de melasma?
O melasma se manifesta de diferentes formas na pele, e a intensidade da condição pode variar bastante de pessoa para pessoa. Existem três tipos principais de melasma, e entender a diferença entre eles é crucial para escolher o tratamento adequado. Vamos explorar cada um desses tipos e como eles impactam a sua pele!
Melasma epidérmico
O melasma epidérmico é o tipo mais frequente e, felizmente, o mais fácil de tratar. Nesse tipo, as manchas se formam nas camadas da pele mais superficiais, ou seja, na epiderme. Elas costumam ser de um tom marrom ou castanho, com uma borda bem definida e um aspecto mais visível à primeira vista.
Esse tipo de melasma é altamente influenciado pela exposição solar e está frequentemente associado ao uso de anticoncepcionais hormonais ou alterações hormonais durante a gravidez. Com a abordagem correta e o uso de protetores solares diários, as manchas epidérmicas podem clarear bastante, sendo possível até eliminá-las completamente com o tempo.
Melasma dérmico
O melasma dérmico é o mais difícil de tratar, pois as manchas estão localizadas em camadas mais profundas da derme. Ao contrário do melasma epidérmico, essas manchas tendem a ter uma coloração acinzentada ou azulada, o que as torna menos visíveis, mas mais difíceis de clarear. Como o melasma dérmico afeta camadas mais profundas, ele não responde tão bem a tratamentos tópicos convencionais.
O tratamento desse tipo de melasma exige mais paciência, já que ele pode voltar com mais facilidade caso não haja manutenção constante com cuidados diários, especialmente no que diz respeito à proteção solar. Além disso, o acompanhamento dermatológico rigoroso é essencial para monitorar a eficácia do tratamento e ajustar as terapias conforme necessário.
Melasma misto
O melasma misto é uma combinação dos tipos epidérmico e dérmico, ou seja, ele afeta tanto as camadas superficiais quanto as mais profundas da pele. Nesse caso, é possível observar manchas de tonalidades variadas, com algumas áreas mais claras e outras mais escuras. O tratamento do melasma misto é o mais complexo, já que ele exige uma abordagem mais completa e personalizada.
Esse tipo de melasma pode se tornar mais resistente ao tratamento, e pode ser necessário realizar várias sessões de tratamentos combinados para alcançar bons resultados. Ainda, o melasma misto requer cuidados constantes com o uso de protetores solares e a hidratação da pele, pois a exposição ao sol e a desidratação podem intensificar o problema.
Quais são as causas do melasma?
O melasma não surge do nada; ele é o resultado de uma série de fatores que, combinados, podem desencadear o aparecimento das manchas escuras na pele. Embora algumas dessas causas sejam inevitáveis, o bom é que, com o conhecimento certo, você pode controlar e prevenir o agravamento. Vamos ver as principais causas do melasma e entender como elas afetam a sua pele.
1. Exposição solar: o maior vilão do melasma
A luz solar é, sem dúvida, o fator que mais contribui para o surgimento do melasma. A radiação ultravioleta (UV), seja UVA ou UVB, é responsável por estimular a produção excessiva de melanina na pele. Essa produção em excesso pode resultar na formação das manchas do melasma nas mãos, nas bochechas, testa e buço.
O que acontece é que, quando nos expomos ao sol, a pele entra em um processo de defesa, produzindo mais melanina para se proteger dos danos solares. No entanto, essa reação nem sempre é homogênea, e é aí que as manchas começam a surgir, principalmente em áreas mais expostas ao sol.
2. Alterações hormonais: o impacto dos hormônios
As flutuações hormonais têm um grande impacto no surgimento do melasma, especialmente em mulheres. Durante a gravidez, por exemplo, muitas mulheres desenvolvem o famoso “cloasma” ou “máscara da gravidez”, que são manchas escuras no rosto devido ao aumento dos hormônios estrogênio e progesterona.
Esse aumento hormonal pode desencadear a produção excessiva de melanina, resultando nas manchas típicas do melasma. A pílula anticoncepcional e outros tratamentos hormonais também estão entre os maiores responsáveis por esse desequilíbrio hormonal que favorece o aparecimento das manchas.
Além disso, durante a menopausa, a redução dos níveis hormonais também pode interferir na produção de melanina, embora de forma diferente. Isso ocorre porque a diminuição da produção de estrogênio pode gerar alterações na pele, tornando-a mais suscetível ao melasma, especialmente quando combinada com a exposição ao sol.
3. Predisposição genética: a herança que pode influenciar o melasma
Você sabia que o melasma pode ser genético? Sim, a predisposição genética desempenha um papel importante no desenvolvimento dessa condição. Se sua mãe, avó ou irmãs têm melasma, é mais provável que você também venha a ter. A genética pode determinar como sua pele reage aos estímulos ambientais, como a exposição ao sol ou mudanças hormonais.
Embora não possamos mudar nossa herança genética, estar ciente dessa predisposição pode ajudar a tomar precauções preventivas, como o uso constante de protetor solar e o acompanhamento com um dermatologista.
Alguns tipos de pele têm mais chances de desenvolver melasma. Pessoas com pele mais escura são mais propensas a desenvolver manchas, devido à maior quantidade de melanina na pele, o que facilita o surgimento das manchas escuras. Mesmo em peles claras, o melasma pode aparecer, mas geralmente com menos intensidade.
4. Uso de medicamentos: a influência de substâncias químicas
Diversos medicamentos podem influenciar o surgimento do melasma, especialmente os que alteram os níveis hormonais ou afetam a pigmentação da pele. Os anticoncepcionais hormonais são, sem dúvida, os mais conhecidos por desencadear o melasma, já que eles alteram diretamente os níveis de estrogênio e progesterona, favorecendo o aparecimento de manchas.
Outros medicamentos, como os tratamentos para acne, como a isotretinoína, e alguns medicamentos para a pressão arterial também podem influenciar a produção de melanina e resultar no desenvolvimento do melasma, principalmente quando usados em combinação com a exposição solar.
5. Produtos cosméticos: como alguns ingredientes sensibilizam a pele
Embora os cosméticos sejam essenciais para nossa rotina de cuidados com a pele, o uso inadequado de alguns produtos pode agravar o melasma. Certos ingredientes químicos agressivos, como os ácidos fortes, ou o abuso de produtos esfoliantes podem sensibilizar a pele, tornando-a mais suscetível ao aparecimento de manchas.
Isso acontece porque esses produtos podem causar uma leve inflamação ou sensibilização, o que favorece a produção excessiva de melanina, especialmente se você for exposta ao sol logo após o uso desses produtos. Por isso, a escolha de cosméticos e tratamentos para pele com melasma deve ser feita com muito cuidado.
A sua rotina de skincare para melasma precisa ser cuidadosamente elaborada, evitando produtos com fragrâncias fortes ou substâncias que possam ressecar a pele ou causar inflamação. Prefira cosméticos calmantes e hidratantes, que ajudem a manter a pele equilibrada e protegida, sem agravar as manchas.
Quais são os cuidados para o tratamento do melasma?
O tratamento do melasma não se resume apenas ao uso de cremes e procedimentos. O cuidado diário é fundamental para prevenir que as manchas se tornem mais intensas ou voltem com o tempo. Se você está buscando um tratamento eficaz, aqui vão os cuidados essenciais que você não pode deixar de lado!
1. Use o protetor solar diariamente
O protetor solar é, sem dúvida, o pilar de todo o tratamento contra o melasma. Ele ajuda a proteger sua pele da ação dos raios UV, responsáveis pelo aumento da produção de melanina e pelo agravamento das manchas. Use sempre protetor solar com FPS 50 ou superior, que seja de amplo espectro, ou seja, que proteja contra os raios UVA e UVB.
Vale lembrar que o protetor solar deve ser aplicado todos os dias, mesmo quando o clima estiver nublado ou quando você estiver em ambientes fechados.
2. Evite a exposição solar intensa
Além de usar protetor solar, é fundamental evitar a exposição direta ao sol, especialmente durante os períodos de maior intensidade dos raios UV, entre 10h e 16h. Nesse horário, os raios solares são mais fortes e mais prejudiciais à pele. Durante essas horas, procure buscar sombra ou ficar em ambientes fechados.
Se não for possível evitar a exposição direta, use acessórios de proteção como chapéus de aba larga, bonés e óculos de sol com proteção UV. As roupas de proteção solar também são ótimas opções, especialmente se você estiver ao ar livre por muito tempo. Protetores solares em spray ou com cores também são uma boa pedida para áreas mais difíceis de aplicar, como o pescoço e as orelhas.
3. Mantenha a pele bem hidratada
Manter a pele bem hidratada é essencial não apenas para a saúde da pele, mas também para o sucesso do tratamento do melasma. Isso porque a hidratação ajuda a manter a barreira cutânea protegida e equilibrada, impedindo que fatores externos (como o clima ou produtos agressivos) causem inflamação ou ressecamento, que podem piorar as manchas.
Escolha hidratantes sem fragrância e que contenham ácido hialurônico ou glicerina, que são ingredientes que ajudam a manter a água na pele e restaurar a elasticidade. A hidratação também favorece a renovação celular, o que pode contribuir para um clareamento mais eficaz das manchas.
4. Sempre consulte um dermatologista
O acompanhamento dermatológico é fundamental para tratar o melasma de forma segura e eficaz. O dermatologista pode avaliar a intensidade das manchas e prescrever tratamentos tópicos adequados, como hidroquinona, ácido azelaico, ácido glicólico ou retinol. Esses ativos ajudam a clarear as manchas de melasma, acelerar a renovação celular e evitar que novas manchas apareçam.
Além disso, dependendo da gravidade do seu melasma, o dermatologista pode sugerir procedimentos estéticos, como peelings químicos ou tratamentos a laser, que ajudam a tratar as manchas de forma mais profunda. As sessões de laser, por exemplo, podem atuar diretamente nas camadas mais profundas da pele e oferecer resultados mais rápidos, mas sempre com a orientação de um especialista.
5. Tenha um cuidado com a alimentação e com a hidratação interna
Embora a alimentação não seja uma causa direta do melasma, o melasma tem impacto com a alimentação, pois ela pode influenciar na saúde geral da pele. Uma dieta rica em antioxidantes, como as que possuem vitamina C, vitamina E e betacaroteno, pode ajudar a proteger a pele contra os danos causados pela radiação UV e melhorar a aparência da sua pele.
Manter-se bem hidratada também ajuda a melhorar a saúde da sua pele. Beba pelo menos 2 litros de água por dia para garantir que sua pele fique saudável e com aspecto viçoso. O consumo adequado de líquidos também ajuda a manter a pele equilibrada, evitando o ressecamento excessivo, que pode potencializar as manchas do melasma.
6. Evite produtos irritantes
Alguns produtos podem agravar o melasma ao sensibilizar a pele, tornando-a mais propensa a manchas. Evite o uso de cosméticos comedogênicos, com álcool, fragrâncias artificiais e ingredientes esfoliantes agressivos (como o ácido glicólico em altas concentrações ou scrubs físicos) se sua pele for sensível. Esses ingredientes podem causar uma leve irritação ou inflamação, que pode estimular ainda mais a produção de melanina, agravando as manchas.
Prefira sempre produtos mais suaves e adequados para peles sensíveis ou com melasma. Considere também o uso de séruns e cremes calmantes, que podem ajudar a reduzir a inflamação e fortalecer a barreira cutânea.
Como evitar que o melasma se espalhe?
O melasma pode ser uma condição desafiadora de lidar, mas a boa notícia é que, com cuidados adequados, é possível evitar que ele se espalhe e se torne ainda mais evidente. Vamos te contar algumas dicas essenciais para cuidar da sua pele com mais atenção e evitar que o melasma se espalhe.
- Hidratação sempre: mantenha a pele bem hidratada, isso vai ajudar a manter a barreira cutânea saudável e resistente aos efeitos de fatores externos;
- Consuma alimentos ricos em antioxidantes: alimentos como frutas vermelhas, nozes e vegetais ajudam a proteger a pele dos danos causados pela radiação UV;
- Não esprema as manchas: se você perceber alguma manchinha surgindo, nada de tentar mexer nela. Isso pode piorar o quadro de melasma e deixar cicatrizes indesejadas.
Em resumo, o melasma é uma condição tratável com cuidados adequados, mas exige paciência e dedicação. Se você quer saber mais sobre como lidar com manchas marrons na pele, confira nosso conteúdo completo sobre o assunto!
Referências
Melasma: Epidemiologia, patogênese, apresentação clínica e diagnóstico | Revista Brasileira de Implantologia e Ciências da Saúde . (nd). Revista Brasileira de Implantologia e Ciências da Saúde. https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/3887
Atualização sobre tratamentos para melasma . (nd). Página inicial do PMC. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11148313/
Melasma – StatPearls – Estante do NCBI . (16 de abril de 2023). Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK459271/
Fisiopatologia do melasma . (nd). SciELO Brasil. https://www.scielo.br/j/abd/a/gnfdb3Lp8fzRWqptsjfYtqr
Estudo comparativo morfofuncional de melanócitos em lesões de melasma . (nd). SciELO Brasil. https://www.scielo.br/j/abd/a/YXStSsMCcfvLPmd5JhZ366M/
